» David de Sousa on 13:49


É nesta certeza que hoje dou início a este texto. Ainda não sei bem o que dizer, pois, se esta certeza de que nada nos faltará me conforta o espírito, também a responsabilidade que sinto me unir à minha comunidade me faz sofrer. Não sofro pelos rostos que continuo a ver, pelas amizades que fomos (e continuamos) a construir ao longo dos tempos, mas pelo “desmoronamento” de certos objectivos e princípios fundamentais.
As linhas podem já não ser as mesmas, mas quero acreditar que o seu Autor permanece em nossos corações e que nos continua a usar para fazer desta terra um fogo. Uma imagem tridimensional de um amor actual e perturbante. Continuam a ser os mesmos a serem chamados para este “banquete” em que Ele se dá e é repartido por todos nós. A humilhação total do nosso ser, mas não da nossa identidade e fidelidade a uma Igreja presente e rejuvenescida, é o primeiro passo que teremos que dar para alcançar uma aliança com Deus. Tal como será lido no próximo domingo, teremos que escolher os “últimos lugares” para podermos ser os primeiros, mas na humildade de não esperar nada em troca nem de sermos recompensados. Apenas permanecer na sombra!

Ao meditarmos hoje o mistério da doação total e permanente a Deus, o salmo do dia convida-nos a olharmos para nós mesmos e sentir em nossos corações qual é a Sua vontade. O que quer Ele de nós? Esta peregrinação terrena que atravessamos é para ser vivida totalmente como filhos do mesmo Deus e como servos que humilhando-se não desligam as suas raízes ao anuncio da Boa Nova que implica, por vezes, formas radicais de mostrar este amor. Só com obras e com emoções verdadeiras e cúmplices é que o mundo conseguirá ver o como é bom estarmos aqui. Apesar de aquilo que te espera não ser fácil, Ele pega-te pela mão e conduz-te pelo lado quente desta vida, onde vale a pena estar aqui, onde vale a pena ser inteiramente d’Ele.
Hoje, o evangelho tem como última frase: “Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”! Que esta frase nos faça pensar na entrega que damos a este ideal de vida que nos prende até hoje a este lugar. Que cada um, no íntimo do seu ser, descubra o que Ele quer realizar em si. Que a partir de agora encare esta terra como o local onde Deus um dia ousou habitar por tua causa…

3 Comentários:

Comment by Rapazsemnome on 23 agosto, 2007 15:11

Sem palavras... mto bom o texto...!!!

Um abraço...

 
Comment by Pinguim Alegre on 23 agosto, 2007 17:45

Não encaro esta terra como um sitio onde Deus um dia ousou habitar, mas sim como um sitio que Ele ousa viver todos os dias,para que saibamos e possamos sentir a sua presença como um Deus que faz este caminho diário connosco.

Um abraço

 
Comment by ' Claudjinha on 27 agosto, 2007 02:02

Porque é que esse textinho me fez lembrar aquela missinha hein hein?? Fica bem rapaz..continuas a escrever como ninguém :) Bj