Um dos riscos mais evidentes que corremos – e a que mais facilmente sucumbimos – é esta tendência de sermos nós os fazedores de escalas de «santidade», de «serviço», de «entrega», de «disponibilidade», de «boa ou má moral», isto é, de decisores absolutos do bem que já se fez, como faz, quando se faz e a quem se faz ou deve deixar de fazer! Realmente, torna-se por vezes impressionante a capacidade que temos e que inventamos para sermos os «íntegros» «fiéis da balança» acerca da nossa vida da fé e da fé dos demais! Convencemo-nos, não raramente – e por isso mesmo infelizmente – que a salvação, a integridade de vida, a moralidade, nos escolheram para seus tabernáculos e que agora somos nós os garante do avanço da civilização, da história, da sociedade e até da Igreja! Todavia, a humildade será sempre o critério que nos asseverará a fidelidade da fé, a beleza da comunhão, a verdade da entrega! Apenas um coração humilde e simples, apenas uma alma desprendida e despojada – como a de João Baptista – é capaz de acolher a novidade permanente e desconcertante com que Deus nos quer surpreender a cada instante. Apenas a humildade nos ditará a verdade, nos revelará o caminho e nos oferecerá a vida verdadeira. O contrário será sempre sinónimo de snobismo, de presunção, de endeusamento, de mentira e de vaidade! Não, não basta sabermos que somos discípulos, como nos diz o Profeta! É importante, é urgente, que sejamos «luz», que sejamos «sal», que sejamos «vida», que sejamos «caridade», que apontemos «misericórdia», que ofereçamos «corações», que respeitemos «diferenças», que ousemos «comunhão»! de contrário seremos «luz» que se esconde em verdadesinhas piedosas e em critérios balofos e estéreis, em comportamentos farisaicos e religiosidade alienante!
Não, não basta que saibamos dizer AMOR! É preciso que o vivamos, o mostremos, o revelemos. Em palavras e em obras! A todos. A todos, sem excepção. Porque todos são filhos de Deus!
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