O Sobrinho

A estrela que ontem eras hoje já não és! Não estás lá e deixaste de brilhar para ti mesma! Não fazes sentido ai nesse teu mundo. Desce desse pedestal que pareces ostentar e torna-te apenas mais um de nós, neste dia que nem é teu.
Vem a noite e tu não estás. Quem vai notar? És um pouco de nada no tudo que te ofusca. Agora sentes-te uma vela ao vento! Sentiste agora o que senti até hoje? Não foi esse vento trazido pela escuridão da tua noite? A luz que tu eras apagou-se na brisa do vento. Porquê o espanto? Mais uma vez tiraste conclusões erradas! A brisa era fraca mas apagou-te! Voltaste a ser pó no universo do pensamento.
Olho agora para ti e vejo o que já fui um dia. Estás sorridente mas por dentro cada ponta desses teus braços são lanças viradas aos outros. Olha para ti e vê-te como és hoje. O passado ficou lá atrás. Tens que ser como nós.
Estás com medo e a chorar. Basta olhar para os teus olhos. A tua alma está bem reflectida em teu olhar agora doce. Cansaste-te do teu olhar frio e superior ou já não tens céu para te suportar? Caíste lá de cima ou fui eu que te mudei de lugar?...
Olho pela minha janela e já não te vejo! Esta noite, eu sei que estarás no cimo do meu coração!...