O Sobrinho

Gostava de falar de grandes obras, de grandes “engenheiros” que precisavam de entrar na ordem, partilhar o que sinto quando parece que Cristo é uma e outra vez pregado ao cimo daquele madeiro. Talvez este que a nossa fraqueza humana represente, não seja suficientemente grandioso para alguns. Pergunto que crucificado cada um de nós olha e procura? Que rosto marcado pela dor quer realmente o mundo ver? Que marcas são deixadas no nosso olhar quando este se cruza com a tristeza e com a dúvida de não saber quem realmente queremos ser com Ele.

Cristo permanece por nós, de braços estendidos no alto de um madeiro para nos lembrar que esse é o limite. Que a Páscoa é a recompensa de algo que mudou e muda o mundo até hoje em cada mão estendida para o outro, para quem segue a nosso lado. Pensa o que vês, o que pensas, o que sentes, o que procuras no cimo daquela cruz. Consegues ver nela o teu rosto? Consegues ver nela a paixão que se completa todos os dias em ti? Consegues ser testemunho e apóstolo de um mistério enraizado àquela madeira santa?

Mesmo quando tudo parece não fazer sentido, mesmo quando o teu peito também parece ter sido trespassado, quando tudo é confusão, agitação, quando cada um parece uma “Marta” que teimosamente escolhe a pior parte…Ele continua lá a dar testemunho! Esquece ritualismos, normas, regras mas entrega-te a esta radical aventura de com Ele chegares um dia à Felicidade ainda que custe, ainda que o caminho seja trilhado numa cruz…