Não sei se hoje me apetece escrever uma linha daquilo que já não sei dizer, daquilo que não existe em meu redor, daquilo que perdi na rebentação do mar. Hoje o meu sonho escondeu-se atrás de uma pedra de desejos que está a ser limada lentamente pelo vento que sopra de norte. Quase já não tenho refúgio! O meu refúgio hoje é um sonho que já vivi e morreu porque não tem oxigénio. Morreu e morre lentamente à minha volta…
Gostava que por momentos o tempo não corresse para o fim da hora. Gostava que hoje o abraço que já tive do horizonte tornasse a ser alicerce da minha existência. Por mais que lute sinto uma dor que trespassa os sentidos e afunda os sentimentos. Que corrói a alma e provoca um vazio sem fim. Sinto ter voltado ao início de mim mesmo. Sinto ter regressado a algo que não me pertence. Sinto ter puxado a cassete atrás e voltado a sentir a mágoa de não fazer parte de Um todo de que sempre fiz parte! Parem! Já não aguento! Até quando isto vai continuar a ser algo que apenas projecta e não que preenche? Até quando vou continuar fora de casa a céu aberto? Quanto tempo precisam para ver que existe um céu lá fora que chama por nós? Que existe um lugar onde o lume continua aceso e existe lugar para nós? Até quando vão perceber que por amar demais também se deixa de lado a dor e se parte para novas aventuras? Até quando…
Sinceramente vou deixar de escrever textos sobre aquilo que sinto ou sobre aquilo que se passa. Uns já estão fartos de saber, outros ignoram saber. Eu vou vivendo na esperança de saber que amo este Ideal aqui ou em qualquer outro lado. Que os meus pés me arrastam para a linha que leva ao fim do mar. Que este chão começa a ser pequeno para eu poder conquistar o meu lugar.
Hoje vivo mais um daqueles dias que só me apetecia estar onde o sol e as ondas invadem o nosso quarto logo pela manhã. Estar onde não somos nada mais que amigos e companheiros de jornada. Onde o limite, continua a ser a Cruz! Mesmo depois disto tudo, sei que amanhã aqui estarei outra vez. Peço esta noite que este texto amanhã já não faça sentido e que não passe de uma memória. Talvez o amanhã traga aquilo que o hoje não me dá…
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